segunda-feira, 18 de março de 2013

Lixão dos talentos - Superdotação e Reformas Educacionais


Muito se escreve e muito se lê a cerca do desastre que está a educação pública brasileira. O objetivo desta postagem não é desvirtuar esta ideia, mas sim raciocinar a partir do seguinte dado: estimasse que cerca de 2 milhões de brasileirinhos sejam superdotados. Uma enormidade de crianças estudam em escola pública. Uma enormidade de escolas públicas não oferecem amparo adequado a qualquer desenvolvimento intelectual da criança. E aí, onde fica a superdotação?

Por onde caminha a educação dos superdotados?

Muitas crianças e jovens têm tendência, devido a fatores externos (biológicos) a desenvolverem a superdotação. Porém, de nada adianta a genética se não tivermos a prática. Apenas em contos de fadas vemos crianças que ontem estavam abaixo da espectativa para sua idade se tornarem, do dia para a noite,"pequenos gênios". 
O que estamos vendo é um genocídio da superdotação brasileira. O número de dois milhões não compraz uma realidade. Muitos jovens estão sem ter chances de estudar, de conhecer o mundo e por isso, enterrando seus talentos. A superdotação, antes de tudo é formada a partir de uma percepção, de um estímulo, que, futuramente, gerará o projeto de superdotação. Não estamos dando base para o desenvolvimento dos alto-habilidosos no Brasil.
E a que se deve esta façanha? Aos ciclos viciosos tão presentes em nossa sociedade. Geralmente, a escola nada ensina, tendo em vista que a maioria dos professores de escola pública não se importam com o que seus tutelados realmente aprendem, a família não educa, visto que são pais que também careceram de bagagem anterior, a criança, ao chegar na adolescência, muitas vezes se perde neste nosso mundanismo exarcebado e sujo e lá se foi um possível superdotado.
Precisamos repensar a educação que damos aos alto-habilidosos e as crianças em geral. Dizem que o futuro da nação são os jovens, então qual é o futuro que estamos dando a nação?! Dizem que a educação é a solução dos problemas nacionais, então qual é o amparo que damos aos problemas?! Atualmente, muito se fiz, mas pouco se faz. É preciso fazer mais e dizer menos.
A habilidade nata em muitas crianças se transforma em desastres sociais. A genética da superdotação não determina inteligência intelectual puramente desta forma, mas determina sim, percepção maior sobre os fatos, raciocínio e criatividade mais apurada, entre outros. Se não educarmos a percepção, o raciocínio e a criatividade, poderão estes muito facilmente acabarem por levar a sociedade ao caos. O jovem trabalhará a superdotação com as ferramentas que estiver em mãos. Estamos dando promiscuidade. A criatividade se desenvolve na promiscuidade. Estamos dando lixo. O raciocínio se desenvolve no lixo. Já desvirtuamos diversos superdotados ao longo da história. Será que estamos a procurar um novo Hitler?

Abordagem da Teoria das Reformas Educacionais

Infelizmente, as tão defendidas reformas educacionais não podem se proceder de uma hora para a outra. Fugindo do discurso quase que comunentemente real de que quem tem dinheiro tem medo de criar cidadãos de verdade, notamos que o Brasil por muito tempo investiu em produtos pouco lucrativos a nossa nação. Saímos de uma etapa de exploração de cana de açúcar, passamos pelo ouro, pelo café, mas nunca os investimentos foram destinados a educação qualitária.
Todos os governantes se vangloriam em lotar bibliotecas em escolas públicas. Dinheiro em vão. Os livros que lá estão raramente são usados. Não ensinamos nossos alunos a aprender. Ensinamos nossos alunos a vomitar. Vomitar fórmulas, vomitar conceitos. Não despertamos a razão em nossos alunos, despertamos a rebelião de quem se vê preso a um sistema e, embora tente dele fugir, está amarrado por ferrenhas correntes. Estas correntes são a ignorância. E como rompemos as correntes? Educação. Ensinamentos verdadeiros. Despertar de curiosidade. Apenas isso pode solucionar a educação no Brasil.
Antes de cobrarmos dos professores, devemos doutrinar os pais. Eles são os verdadeiros educadores. Eles são os responsáveis pela socialização primária. Se se educa em casa, a percepção se modifica e até mesmo em um barraco em ruínas, o aprender é possível, pois lá existe vontade.
Está na hora de transformar os discursos em prática. Já é tempo de olharmos a educação com olhos de pais. Pais verdadeiramente brasileiros, que esperam ver no amanhã filhos grandiosos que os orgulhem. O Brasil não é lixo. Nossa educação não é lixo. Deixemos as mesmisses de lado. Vivamos o novo!

Romes

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